À primeira vista, você pode até achar que as questões mencionadas aí acima não fazem muita diferença ao comprar uma torneira. Engano seu! Se não forem analisadas cuidadosamente, o resultado pode ser uma grande dor de cabeça. O risco de não avaliar os detalhes é perceber, na hora de lavar uma panela de pressão, por exemplo, que a torneira ficou baixa demais e que a panela não entra na pia, observa Domingos Neto, chefe de desenvolvimento de produtos da Deca. Outros pontos importantes são verificar se o fabricante oferece assistência técnica na sua região e se existem peças avulsas para reposição.
Preços pesquisados entre os dias 4 e 8 de outubro de 2010, sujeitos a alteração.
1. Qual a diferença entre torneira, misturador e monocomando?
A torneira é básica: tem um só manípulo (nome dado à alavanca de abertura) e libera água em uma única temperatura. Já o misturador aciona água quente e fria, usadas separadamente ou mescladas. Os misturadores podem ter um manípulo para cada temperatura (o chamado duplo comando) ou ser um monocomando uma só alavanca controla temperatura e vazão de água.
2. O que é melhor: modelo de bancada ou de parede?
Somente na necessidade de uma eventual manutenção é que o primeiro leva vantagem sobre o segundo: A torneira de bancada acaba sendo mais prática, já que não é preciso quebrar a parede em caso de vazamento, diz Carlos Fernandes, gerente de marketing de produtos e merchandising da Docol.
3. Por que ter um arejador?
Essa pecinha na ponta da bica oxigena a água, misturando ar ao fluxo, o que promove uma economia de até 50% no consumo de água, explica Domingos Neto, da Deca. Outra vantagem está na redução de respingos. Caso a sua torneira não tenha arejador, você pode comprar uma pecinha avulsa, de rosca ou de encaixe, conforme a necessidade.
4. Torneiras de cozinha seguem tendências?
A praticidade dita a regra. Os misturadores monocomando têm ganhando espaço porque permitem controlar vazão e temperatura de uma só vez, afirma o arquiteto Marcelo Rosset, de São Paulo. Os modelos com corpo móvel também são interessantes, já que facilitam a lavagem da pia, por exemplo.
5. Ao escolher o modelo, que dimensões devo levar em consideração?
Entre o bocal de onde sai a água e a bancada da pia, precisa haver uma distância de cerca de 30 cm, não importando se a torneira é e bancada ou de parede. Observe também onde a água cai: o ponto deve coincidir com o ralo ou ficar no máximo 4 cm atrás dele para que não haja muitos respingos.
6. O que é o famoso cartucho cerâmico?
E o que significa dizer que uma torneira tem sistema de abertura de 1/4 de volta? O antigo courinho, que precisava ser trocado de tempos em tempos, deu lugar ao cartucho cerâmico, cujo desgaste é mínimo, por isso raramente há pinga-pinga. Além dessa vantagem, o cartucho possibilitou o desenvolvimento de torneiras que não requerem abertura total para liberar a água: basta girar ¼ de volta ou ½ volta, dependendo do produto. Isso agiliza o manuseio e diminui o desperdício de água e de energia, quando existe aquecimento, claro. Dica MINHA CASA: idosos e pessoas com doenças que dificultam os movimentos, como a artrose, devem dar preferência aos modelos de ¼ e ½ volta, bem mais confortáveis.
7. Quais os materiais das peças?
As torneiras podem ser de metal ou de plástico ABS. Nas primeiras, o miolo é de latão. O acabamento mais comum é o cromado. Para obtê-lo, dá-se um banho de cromo sobre um banho anterior de níquel, o que deixa a superfície uniforme e mais resistente a desgastes. Entre os modelos elétricos, é mais comum ver peças produzidas com ABS, o chamado plástico de engenharia. Além de oferecer resistência a riscos e quebras, esse material é um bom isolante elétrico, afirma Edson Suguino, supervisor de treinamento da Lorenzetti. Peças de ABS elétricas ou não podem manter a cor original, branca, ou receber no processo de fabricação pinturas variadas, até mesmo cromada.
8. Como limpo as torneiras de casa?
Não importa o material: bastam uma esponja macia e sabão neutro. Esqueça a palha de aço, pois ela danifica o acabamento das peças, que acabam enferrujando. Sempre que sentir necessidade, retire os arejadores e limpe a telinha interna com uma escova, já que ela tende a acumular resíduos trazidos pela água.
9. E se uma peça nova der problema?
Os fabricantes brasileiros devem, por lei, oferecer garantia mínima de cinco anos. Em vez de chamar um encanador, que pode mexer no mecanismo e levar à perda da garantia, procure a assistência técnica da marca. Mas previna-se de problemas: antes da compra, confira se a marca em vista está cadastrada no Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H). É só visitar o site www.cidades.gov.br/pbqp-h.
10. Minha torneira é comum. Há algum jeito de ter água quente nela?
Há duas formas que dispensam quebradeira. A primeira é investir em um modelo elétrico. Existem os tradicionais, com aquecedor no róprio corpo, e os mais modernos, que têm a caixinha de aquecimento fixada embaixo da pia. Em ambos os casos, a instalação deve ser feita por um bom profissional para garantir a segurança durante o uso. O consumidor deve verificar a voltagem da peça e também se o disjuntor e a fiação da casa atendem às especificações do fabricante, alerta Edson Suguino, da Lorenzetti. A segunda forma de ter água quente é adquirir um aquecedor avulso e, também com a ajuda de um eletricista, instalá-lo na torneira, fazendo a adaptação necessária. Se já houver um misturador (monocomando ou duplo comando), mas não água aquecida, essa é uma boa opção. Lembre-se, porém, de não importa o tipo que escolher, sua conta de energia elétrica ficará mais cara.
Fonte:Minha Casa