Não se deve ligar o fio terra no neutro! Essa é a regra. Vejamos o porquê.
O neutro, mesmo aterrado, pode apresentar potencial diferente daquele realmente oferecido pelo aterramento real. Isto, pode possibilitar que este potencial diferente de “zero”, seja trazido para o equipamento em algum ponto onde realmente, deveria ser 0V.(terra real)
A grande causa desse potencial do neutro ser diferente do terra real se deve aos desequilíbrios das cargas que causam circulação de corrente pelo neutro e assim, podem provocar problemas.
Tensão de uma tomada aterrada qual quer:
Tensão entre fase + neutro: 220V
Tensão entre fase + terra: 220V
Tensão entre neutro + terra: 0V
Tensão na carcaça ou chassi do PC: 20V com o terra desconectado.
Esta situação demonstra um aterramento adequado.
Na situação em que não temos o aterramento ou encontra-se desconectado(malha ou ponto de terra no solo) e ligamos o fio terra junto ao neutro, teremos:
Tensão fase + neutro: 220V
Tensão entre o neutro e um terra real bem projetado: 0V
Tensão na carcaça ou chassi do PC: 20V(valor didático). Ora, descarregar essa tensão no neutro, irá produzir um aumento no potencial dele e acarretar distúrbios no circuito alimentador. Se, na mesma condição da carcaça, a mesma fosse aterrada no terra real, o neutro não receberia nenhuma descarga que elevasse seu potencial. O sistema não sofreria nenhum distúrbio.
E vejamos mais além, havendo uma elevação do potencial do neutro e estando este, conectado na carcaça do equipamento, podemos facilmente concluir que o potencial da carcaça não foi para 0V em relação à terra, que é o que precisamos ter, para total segurança.
Quando não temos o aterramento, muitas vezes, invertendo-se a posição da tomada, reduz-se a intensidade do choque elétrico, mas não o eliminamos por completo.
E a tensão resultante na carga, sofreu alteração? Claro que sim! A tensão da tomada que alimenta a carga é a diferença de potencial entre fase e neutro: 220V – 0V = 220V. Tendo elevado o potencial do neutro para 5V por exemplo, teríamos: 220 – 5 = 215V.
Lembro aos senhores que esse raciocínio não é baseado em medições reais, mas reflete o que ocorre qualitativamente com o circuito de alimentação como um todo.